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Ladeira do Felipe, o local da tragédia que matou cerca de 50 pessoas / Foto: Portal O Dia |
Na tentativa desesperada de controlar o veículo até o final da ladeira, ainda conseguiu manobrar o caminhão até certo ponto, mas infelizmente ele não conseguiu fazer uma das curvas que fica no meio da serra e tombou, ali dezenas de vidas tiveram seu destino encerrado. Pedro II na época ficou em estado de choque afinal acontecia naquele momento o maior acidente já registrado em sua história. Na época, assim como quase todas as rodovias do Piauí, a ladeira não tinha pavimentação asfáltica.
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A curva onde ocorreu a tragédia, hoje a estrada é asfaltada e bem sinalizada |
No local foi construída uma capela em homenagem as vítimas, hoje ela está abandonada. A "Ladeira do Felipe" hoje é asfaltada e bem sinalizada em todo seu percurso. Felizmente não há registros de outros acidentes tão graves na ladeira, mas a triste lembrança do dia 20 de julho de 1985 ainda deve permanecer na memória de muitas famílias e por muito tempo ainda.
O local da tragédia, lá foi construída uma capela em homenagem as vítimas, hoje se encontra abandonada |
É o caso do senhor Antonio Lino dos Santos, que conta que os passageiros iam todos os sábados nesse caminhão para a tradicional feira realizada no centro comercial de Pedro II. "A gente saiu daqui pra vender e negociar nossos produtos, como milho, feijão, galinhas, entre outros. Ninguém imaginava que iria acontecer uma tragédia como aquela", conta, com lágrimas nos olhos.
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Seu Antonio Lino perdeu seis parentes na tragédia e escapou por força do destino |
Seu Antonio Lino, hoje com 63 anos, saiu naquele dia para Pedro II, junto com sua mãe, três irmãos , sendo que dois deles levavam suas esposas e duas filhas. "Fomos todos no mesmo caminhão. Mas lá, resolvi retornar de bicicleta e minha mãe veio em outro carro. Lá no caminhão viajaram meus dois irmãos com as esposas e as duas filhas. Aí, aconteceu essa coisa triste", conta.
Antonio Lino diz ter presenciado uma das cenas mais comoventes da sua vida. "Meu irmão [Sotero] pediu pra mim vir na bicicleta dele e veio no caminhão. Ele salvou a minha vida. Minha mãe veio de carona em outro carro e o outro irmão retornou de ônibus. Nós sobrevivemos e eles se foram", relata. Somente dessa família foram seis vítimas fatais.
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Os paus de arara continuam com forte presença no nordeste |
Embora 31 anos já tenham se passado desde a tragédia e o transporte no nordeste tenha melhorado muito, o "pau de arara" ainda é muito usado na região.
Fonte: Portal Gritador e O Dia