segunda-feira, 7 de agosto de 2017

A Noite das Facas Longas, a noite em que Hitler exterminou seus inimigos políticos na Alemanha

Adolf Hitler é sem dúvida um dos maiores nomes da história da humanidade, causador da Segunda Guerra Mundial, é também um dos mais sanguinários de todos os tempos, ele era capaz de tudo por seu ideal de poder, inclusive exterminar seus inimigos políticos, e foi isso que fez em 1934 quando promoveu um massacre e executou cerca de 85 adversários que ameaçavam sua liderança na Alemanha Nazista.

Hitler promoveu um massacre contra seus adversários, incluindo seu até então aliado Ernst Röhm, líder da SA, que tinha grandes ambições e poderia atrapalhar o projeto de poder de Hitler

Esse massacre ficou conhecido como A Noite das Facas Longas, ou A Noite dos Longos Punhais, no entanto o massacre não foi cometido com uso de facas e a expressão tem origem em uma canção da SA que fala sobre a execução destes massacres.

A Noite das Facas Longas

Em 1933 o "Reichstag"(Parlamento alemão) aprovou a chamada "lei dos plenos poderes" que deu a Adolf Hitler uma autoridade ditatorial. Um ano depois, na noite de 30 de junho de 1934, Hitler e seu grupo político resolveram colocar seu poder em prática, foi realizado um grande expurgo objetivando acabar com seus adversários políticos, especialmente os pertencentes a Sturmabteilung(SA), uma facção paramilitar do partido nazista, Hitler queria o apoio da Reichswehr(exercito alemão), comandada pelo então presidente do país, o marechal Paul von Hindenburg, que havia nomeado Hitler como chanceler da Alemanha e odiava a SA e seu líder Ernst Röhm, que queria ter o comando do exercito alemão e era acusado por Hindenburg de querer derrubar Hiltler do poder, além disso Hindenburg não gostava das práticas de violência que a SA cometia nas ruas da Alemanha, além de acusar Röhm de ser homossexual.

O então presidente da Alemanha, Paul Von Hindenburg, ao lado de Adolf Hitler, chanceler do país.
Hindenburg também era comandante do exército alemão e estava preocupado com as ambições de Röhm.

Para não entrar em conflito com os militares da Reichswehr, Hitler resolveu promover um massacre contra a SA e seus demais inimigos políticos.

Hitler e suas tropas voaram para Munique e de lá seguiram para o hotel onde estava Röhm, em Bad Wiessee. "De rebenque na mão", segundo o seu motorista Erich Kempka, Hitler "entrou no quarto de Röhm, com dois agentes da polícia criminal armados, de revólveres engatilhados. Aí bradou:

--'Röhm, você está preso!', disse Hitler.

Ainda tonto de sono, Röhm ergueu a cabeça do travesseiro: --"Heil mein Führer" - balbuciou.

--'Você está preso!' - gritou Hitler novamente. Deu meia volta e saiu do quarto.".

A cena se repetiu com todos os chefes da SA. Sob suspeitas de serem homossexuais, apenas o silesiano Edmund Heines foi encontrado na cama com um jovem, também a serviço da SA. A SS(Schutzstaffel), grupo paramilitar de elite, ainda prendeu um comboio de líderes da SA que chegavam ao hotel para a reunião com Röhm.

O Hotel Lederer, em Bad Wiessee, onde Hitler e suas tropas prenderam Röhm e diversos membros da SA

O Gruppenführer berlinense Karl Ernst estava em Bremen, onde preparava-se para sua viagem de núpcias. Quando embarcava no navio, foi detido, e, pensando se tratar de uma das brincadeiras de despedida de solteiro, deixou-se levar. Foi conduzido até Berlim. Sorria ao exibir seus braços algemados e fez brincadeiras com o grupo das tropas SS que o aguardava no aeroporto. Saiu do avião direto para uma viatura policial, que lá estava à sua espera. Mal sabia ele o que o esperava. Os jornais já continham entre suas notícias a morte do Gruppenführer. Mas Ernst, continuando a crer tratar-se de uma brincadeira, foi encostado no muro de Lichterfeld e fuzilado. Recusando-se a acreditar no que passava, balbuciou ainda um "Heil, Hitler!".

Ernst Röhm e Karl Ernst, à direita, líder da SA em Berlin, também foi morto no expurgo perpetrado por Hitler

O fato de Röhm nunca ter tentado iniciar uma revolução contra Hitler não o poupou de ser denunciado. Chegando aos quartéis de Munique, Hitler fez um discurso para a população. Consumido de ódio, ele denunciou Röhm como "o pior traidor da história da humanidade" e disse ainda que "figuras desobedientes, sem disciplina e doentes" seriam mortas. A plateia, que continha membros da SA que escaparam da prisão, aprovou o discurso. No retorno a Berlim, Goebbels telefonou para Göring usando o codinome Colibri, sinal para colocar a Gestapo nas ruas e executar os inimigos do governo.

Ernst Röhm acabou morto com um tiro no dia 2 de julho de 1934

Röhm ficou pouco tempo na prisão de Stadelheim em Munique, enquanto Hitler decidia seu destino. Todos concordavam que o trabalho de Röhm para o Partido Nazi tinha chegado ao fim. Mas, devido às leis da época, ele não poderia permanecer na prisão ou ser exilado. Então Hitler decidiu que Röhm deveria ser sentenciado com a pena de morte. Em 2 de julho, a mando de Hitler, Theodor Eicke, que mais tarde se tornaria chefe do campo de concentração de Dachau, e um oficial da SS visitaram Röhm. Uma vez dentro da cela, eles lhe deram uma pistola e dez minutos para ele se matar ou eles o obrigariam a isso à força. Röhm negou-se, dizendo a eles:"Se eu vou ser morto, deixe o Sr. Hitler fazer isso". Após dez minutos, os membros da SS não escutaram mais nada na cela, e retornaram. Ao abrir a porta, Röhm estava de pé e nu. O oficial, desconfiado, deu-lhe um tiro à queima roupa.

Pelo menos 85 pessoas foram assassinadas e outras milhares presas, o massacre consolidou o apoio do exercito alemão a Hitler.e também o seu poder como Chanceler da Alemanha nazista.

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