quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Mortos e Devorados: Três casos famosos de pessoas capturadas por índios no Brasil

Os índios foram os primeiros habitantes do Brasil e desde que os portugueses chegaram por aqui em 1500 e ocuparam as terras antes pertencentes a eles, travaram guerras e praticamente foram dizimados. E durante esses mais de 500 anos muitas pessoas foram capturadas pelos índios, alguns destes foram mortos, outros conseguiram fugir, mas também tiveram aqueles que foram literalmente COMIDOS, isso mesmo, comidos. Conheça abaixo três famosos casos de pessoas capturadas, mortas e até comidas por índios.

Hans Staden(1549)

Hans Staden foi um aventureiro mercenário alemão, ele veio ao Brasil duas vezes, sendo que durante sua segunda passagem pelo país, em 1549, foi capturado pelos índios tupinambás no litoral de São Paulo quando trabalhava para os portugueses na vigilância de um forte em Bertioga, foi feito refém dos índios durante nove meses até que conseguiu fugir em um navio francês.

Hans Staden, ele escapou de ser devorado pelos índios em 1549

Durante o longo tempo em que permaneceu em cativeiro na aldeia indígena pôde observar os costumes dos indígenas, entre eles o de comer os seus inimigos, ao ser capturado Staden seria devorado pelos índios, mas acabou escapando da morte por ter se declarado francês, que eram aliados dos tupinambás.

Ilustração feita por Theodore de Bry sobre o canibalismo dos índios brasileiros
detalhadas por Hans Staden em seu livro. Staden aparece ao fundo, de barba longa.

Hans Staden retornou a Alemanha e lá escreveu um livro, conhecido como Duas Viagens ao Brasil, contando suas aventuras vividas no Novo Mundo, o livro foi um dos maiores sucessos da época e foi um dos primeiros a relatar com detalhes o canibalismo dos índios brasileiros, o que ajudou a criar na sociedade européia a imagem de selvagem do Brasil da época. Sobre o canibalismo dos tupinambás, Staden escreveu alguns relatos:

"Voltando da guerra, trouxeram prisioneiros. Levaram-nos para sua cabana: mas a muitos feridos desembarcaram e os mataram logo, cortaram-nos em pedaços e assaram a carne (...) Um era português (...) O outro chamava-se Hyeronimus; este foi assado de noite."

"O cacique pegava o tacape e golpeava o prisioneiro na nuca. As mulheres levavam o morto para o fogo, raspavam-lhe toda a pele e tapavam-lhe o ânus com um pau, para que nada escapasse por ali. Depois da raspagem, um dos homens da tribo fazia as vezes de açougueiro:cortava as pernas do defunto acima dos joelhos e os braços rente ao tronco. Então chegava a hora de assar a carne e reparti-la entre os convidados. Os miúdos, assim como a cabeça, eram dados às mulheres, que preparavam com eles uma sopa, servida só a elas e às crianças."

O filme Hans Staden, produzido em 1999, conta a história do longo período em que o aventureiro alemão ficou em cativeiro.

Pero Fernandes Sardinha(1556)

Sardinha foi o primeiro bispo do Brasil e teve um final trágico, após ser nomeado bispo ocupou o cargo durante 4 anos, mas quando retornava para Portugal em 1556 o navio em que viajava sofreu um naufrágio na costa de Alagoas, os tripulantes sobreviveram, mas ao chegarem em terra foram capturados e devorados pelos índios caetés. Isso custou muito caro para os índios, a coroa portuguesa ao tomar conhecimento do fato mandou exterminar todos os índios da etnia, cerca de 80 mil índios foram morto e escravizados em apenas 5 anos.

Monumento em homenagem a Pero Fernandes Sardinha em Salvador, Bahia / Imagem: Fotografando Salvador

No entanto, não se sabe exatamente se os índios realmente comeram todas as pessoas capturadas, ou se isso foi apenas uma desculpa usada pelos portugueses para promoverem o massacre que praticamente extinguiu os índios do litoral alagoano. Outra pessoa importante que foi devorada nesse episódio foi o donatário da capitania do Ceará, Antônio Cardoso de Barros.

Percy Fawcett(1925)

Em 1925 o arqueólogo e agente do serviço secreto britânico Percy Fawcett resolveu desbravar o Brasil, ele foi atrás de uma utópica cidade perdida que acreditava se localizar na Serra do Roncador, em Mato Grosso, no entanto ele acabou desaparecendo junto com seu filho e um amigo, os únicos que o acompanhavam na viajem, e embora todas as missões feitas para tentar localizá-lo nunca foi encontrado. Mas em 1952, quase 30 anos depois, os irmãos Villas-Bôas encontraram uma ossada enterrada a qual tudo indica ser do explorador britânico, mas isso nunca foi comprovado porque os familiares de Fawcett nunca aceitaram fazer os exames necessários para saber se os restos mortais são mesmo dele.

Percy Fawcett sumiu no Brasil em 1925 ao procurar civilização perdida no Centro-Oeste

Os irmãos Villas-Bôas chegaram até a ossada através de informações dadas pelos índios Kalapalos, os últimos a relatarem terem visto o explorador, eles contaram aos Villas-Bôas que Fawcett e seus dois companheiros foram mortos quando passavam na região. O explorador teria sido morto por repreender crianças da aldeia que, por sua curiosidade, ficavam perto de seu acampamento mexendo nos objetos dos exploradores, tal atitude foi vista como ofensiva pelos indígenas, isso levou os índios a os matarem. O filho de Fawcett, Jack, e seu amigo Raleigh Rimmell foram mortos a flechadas e seus corpos jogados em um rio. Já Fawcett foi morto com golpes de borduna, um porrete, e enterrado em uma cova ao pé de uma árvore.

Orlando Villas-Bôas e índios Kalapalo com ossada supostamente de Percy Fawcett encontrada em 1952

Suas histórias serviram como inspiração para Steven Spielberg criar o personagem Indiana Jones. O filme Z: A Cidade Perdida conta a história de Percy Fawcett e foi lançado em abril de 2017 nos EUA.

2 comentários:

  1. E preferivel ser devorado pelos indios, que desrepeitado, humilado, explorado e exclavazado e ate asesinado, pelos bonzinhos.....bracos !!!! Hugo Soregroli


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  2. Existiam muitas mentiras espalhadas na época, a favor da Corte Portuguesa. Entre 1500 a 1640, os portugueses instalaram um posto comercial na costa do Brasil. Lá, eles trocavam o pau-brasil trazidos pelos índios por badulaques (objetos de pouco valor).

    Quando os indígenas foram levados à Europa como escravos, eles se revoltaram. Por isso, em 1556, Dom Pero Fernandes de Sardinha (o primeiro bispo) foi devorado pelos índios caetés quando naufragou no litoral de Alagoas. Assim, o Governador-geral Mem de Sá resolveu exterminá-los.

    O canibalismo é um ritual perverso para os desconhecidos, mas mostra que cada povo tem e adere a uma cultura. Os primeiros habitantes do Brasil foram vítimas dos colonizadores, ora por causa da captura e venda de índios, ora por causa das missões judaicas, a exploração de seu trabalho, as epidemias e as guerras entre índios e brancos.

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